Autor do enredo se defende das acusações do descumprimento do acordado em contrato.

O carnavalesco Walter Nicolau, responsável pela assinatura do enredo "N'Golo: A Dança da Zebra Virou Capoeira?", da escola de samba Deu Chucha na Zebra enviou carta aberta ao site SambaSul solicitando sua divulgação, em defesa ao caso apresentado pelo presidente Sérgio Saldanha na tarde desta quinta-feira (24). Confira na íntegra:

Gostaria apenas de esclarecer, apesar de entender que este não é assunto para ser tratado nesse espaço, de que o meu contrato com a E.S. DEU CHUCHA NA ZEBRA estabelece o desenvolvimento da sinopse, roteiro de desfile do enredo e o projeto artístico das alegorias, o que foi inteiramente cumprido. Não possuo nenhuma obrigação contratual em relação a construção das alegorias ou de esculturas e não me coube qualquer gerenciamento financeiro sobre essa etapa, uma vez que tudo foi realizado em Uruguaiana, o que impossibilitava até mesmo uma supervisão, pois a direção se negou o custeio dos profissionais que a eles ofereci.

Com relação às fantasias, acredito que a atitude tomada pelo Presidente Sergio Saldanha, em seu posicionamento público, deveria ter sido acompanhada do montante dos valores que me foram repassados em relação ao contato firmado para este fim, e fica aqui o meu pedido para que o faça, inclusive com as datas em que foram realizadas, salientando de que o último foi feito no dia 22/03 passado, ou seja, terça-feira, data do embarque das fantasias, para que aja a possibilidade de uma idéia de juízo mais próxima da realidade do leitor do ora publicado.

Não aceito em nenhuma hipótese ser responsabilizado pelo direcionamento dos recursos recebidos pela escola para a realização do carnaval, como induz o texto no site, por não ser da minha competência e sobre o qual não tive qualquer participação. Repudio veementemente tal atitude, que macula a minha imagem pública, causa prejuízos futuros, fere minha honra e idoneidade e que certamente deverão se reparados a seu tempo e da forma que se fizer necessária legalmente, salientando que fiquei impossibilitado de estar na cidade de Uruguaiana para fazer esta defesa “in loco”, visto que a direção não me mandou as passagens do translado e a reserva de hospedagem, conforme cláusula contratual.

Reconheço ser de minha responsabilidade a concepção artística do projeto e entendo ser desta forma que deverá ser avaliado, mas não julgo ser necessário fazer entender que a execução é dependente dos recursos para o que isso for destinado e sobre os quais não tive e não possuí qualquer tipo de gerência.

Agradeço imensamente a oportunidade de tornar realidade um sonho, porém não posso aceitar a posição de “bode expiatório” de questões administrativas da direção da entidade e seus descumprimentos contratuais, uma vez que de tudo fiz para que a escola pudesse estar na avenida, assumindo em meu nome boa parte desse custeio a ser reembolsado por compromisso futuro. Findo confiante na garra e na emoção da nação Preto e Branca que está registrada definitivamente no meu coração e para qual devo minha total reverência.