Confira como participar da disputa de samba.
A Imperadores do Samba divulgou a sinopse do seu enredo para 2013: IMPERADORES: DO FEITIÇO DAS CORES, O MILAGRE DA MAQUIAGEM. E a escola definiu todo o sistema da disputa de samba que irá escolher o hino oficial da agremiação para o próximo ano. Confira abaixo a sinopse, regulamento e ficha de inscrição. Os compositores poderão, mais uma vez, optar por ter intérprete próprio ou utilizar o oficial da escola.
IMPERADORES: DO FEITIÇO DAS CORES, O MILAGRE DA MAQUIAGEM
"A beleza desperta a alma para agir." Dante Alighieri
A beleza estética e o conceito de beleza nunca foram conceitos absolutos ou imutáveis. A beleza de rostos, da disposição de máscaras e as diferentes nuances de faces, está intimamente ligada ao comportamento dos seres, nas diferentes formas de mostrar o rosto em diferentes períodos da história da humanidade. Costume que se modificou em relação às tendências de beleza física e também em relação à beleza cultural.
Contar a história da pintura facial, suas origens e mitos, bem como as diferentes técnicas e usos é uma forma de lançar um amplo panorama da arte de embelezar, camuflar e de manter raízes culturais remotas à civilização. A maquiagem ou maquilagem, segundo definições gerais, é o ato de pintar a face ou o próprio rosto com o fim de disfarçar-lhe as imperfeições ou pôr em evidência as qualidades estéticas.
A pintura facial seja ela cultural, estética ou tribal, tem sido usada desde a pré-história por vários motivos. Para a caça, por motivos religiosos, militares, ou para assustar os inimigos. Ganhou status de moda ascensão social, ou utilizada para embelezar e disfarçar imperfeições, sua importância no uso e da tradição da maquiagem desenvolvida para o bem estar de quem a utiliza, proporciona beleza e magia.
Para o ano de 2013 a Sociedade Recreativa, Beneficente e Carnavalesca Imperadores do Samba apresenta a história da maquiagem e da pintura facial, numa forma de contar e entender o fascínio que o ser humano emprega à estética e a arte de marcar o rosto e a face com pinturas das mais diversas.
Com a convicção e com espírito inovador que a Imperadores do Samba apresenta para este carnaval um desfile colorido, dando conta de um viés interessante e fascinante da história da humanidade, e, de encontro ao espetacular processo de divinizar o rosto através de pinturas, desde os tempos mais longínquos, aos dias atuais, traz para a avenida o enredo IMPERADORES: DO FEITIÇO DAS CORES, O MILAGRE DA MAQUIAGEM, num grandioso desfile de carnaval.
Desenvolvimento do Enredo
SETOR 1 – ANTIGUIDADE
... Em tempos remotos, num passado longínquo da civilização, a magia das cores e dos pigmentos foi descoberta... e como um feitiço passa a ser utilizada e manipulada para diversos fins, tanto para afugentar ou camuflar, como também para dar fundamento e beleza aos rituais espirituais.
O homem, inspirado na camuflagem animal, buscou elementos para pintar a face e o corpo para confundir os outros animais e para intimidar as outras tribos e bandos.
Com o passar do tempo, os rituais místicos foram sendo aprimorados e a arte de pintar a face ganha sinais mais específicos, quando alguns povos iam para a guerra, pintavam a face com signos e cores que os representavam com definição.
Mais adiante a pintura facial ganha outras interpretações culturais, no Egito, por exemplo, a maquiagem do rosto ganha ares divinos, na face dos faraós as pinturas e as cores são fundamentais para representar a divinização do “deus na terra”. Cleópatra, bela rainha usava o lápis lázule e fascinou o mundo.
É nesta época também que, por necessidade, misturou-se o carvão com óleo vegetal ou gordura animal, conhecido como Kohl, uma espécie de delineador, onde pintavam o contorno dos olhos para proteger dos raios de sol e espantar os insetos.
Do Egito para a Grécia dos teatros e para Roma dos grandes banquetes, nestas civilizações a beleza da maquiagem fascinou homens e mulheres. Eram utilizadas técnicas de maquiagens para parecerem mais jovens, saudáveis e belos.
SETOR 2 – O ORIENTE
Na China, por exemplo, a arte de pintar os rostos está intimamente relacionado ao da arte dramática. As primeiras maquiagens eram simples e rudimentares, mas com o tempo os desenhos se tornaram mais elaborados e ornamentais.
No Japão a valorização da pele branca era uma regra, as mulheres adornavam os rostos com maquiagens bem rebuscadas e caprichadas para manter uma áurea de encanto e de fascínio. O Teatro japonês ganhou importância num período antigo, onde eram realizadas peças com encenações da vida, era o Teatro Kabuki, que se utilizava de maquiagens bem elaboradas por seus executantes.
Na Índia milenar, os indianos utilizam o Tilak em sânscrito significa marca. Ele é aplicado no ponto onde se situa o terceiro olho ou o olho espiritual. Acreditam que todas as ações humanas são governadas por esse ponto. Ele é normalmente aplicado antes de qualquer cerimônia hindu, por homens, mulheres e crianças. O tilak pode ser de pasta de sândalo, de kumkum (pó vermelho), de açafrão ou de cinzas.
SETOR 3 – DAS TREVAS A LUZ
Na idade média, com o poder da Igreja católica, acreditava-se que o pecado provinha das mulheres e esta era reprimida em todos os sentidos, sua beleza deveria ser controlada e a maquiagem foi proibida. Mulheres que se pintavam eram consideradas bruxas e hereges.
Com o tempo, o abrandamento da rigorosidade das leis católicas o uso de maquiagem foi retomado e, quem as utilizasse, possuía ares e status social. Os alquimistas, considerados “bruxos” fabricavam pós, coloridos e brilhantes, considerados mágicos, que eram utilizados pelas damas europeias.
SETOR 4 – REFÚGIO NAS FACES
A pintura facial ganha refúgio nos grandes “circus”, que itinerantes, viajavam por muitos lugares, levando alegria e encantamento. Com os saltimbancos a arte de pintar os rostos resiste nos grandes espetáculos circenses, a maquiagem encanta e faz o povo sorrir.
Na era do absolutismo europeu, as cortes e os nobres destacavam-se pelas extravagâncias faciais e nas grandes vestimentas. É por este período que a higiene foi deixada de lado, o que a maquiagem e os cosméticos da época contribuíram para auxiliar na dissipação de odores.
Na renascença, a era das “luzes” a supervalorização dos ideais gregos era o ditame, e era costume embelezar-se e parecer-se como as estátuas gregas, com maquiagens claras e austeras.
Em Veneza por volta e a partir do século XV, acontecia o primeiro grande baile, o “Ball Masquê”, que devido às severas divergências e conflitos políticos, o uso de máscaras e disfarces era necessário para que a sociedade pudesse brincar o carnaval. Surge então a ideia de criar maquiagens permanentes, as mascaras venezianas.
A pintura facial é considerada uma tradição importante entre os nativos americanos. É muito mais do que apenas uma prática de embelezamento, é um ato sagrado de distinção social e uma herança cultural. Em ocasiões especiais rostos dos membros da tribo eram pintados para aumentar a sua beleza e poder. Cada tribo indígena tem sua maneira própria e original de pintura facial, seja na América do Sul com os índios Tupis e os Incas nos Andes, ou na América Central com os Astecas e os Maias e também os indígenas da América do Norte.
SETOR 5 – MAQUIAGEM E A MODERNIDADE
Na modernidade a maquiagem se torna uma prática comum, é criado o bastão que tomou o nome de batom, e com avanços diversos, os produtos se diversificaram e ganharam qualidade, tornando-se também mais acessível. É a popularização do uso da maquiagem. É a era das Make-ups, dos new looks, o advento da moderna maquiagem.
SETOR 6 – O MILAGRE DA MAQUIAGEM
A importância desta prática chega ao cinema, e com a sofisticação do uso deste recurso, rende aos seus idealizadores o premio maior da academia de cinema, a estatueta conhecida com o nome de Premio Oscar.
Na televisão, o trabalho dos maquiadores é tão necessário quanto os figurinos utilizados. Os profissionais do ramo da maquiagem são bem valorizados e destacam-se. Nos tempos atuais, não poderemos esquecer de artistas que se sobressaem no esmero das grandes performances da face, as rainhas da maquiagem, as Drag queens.
No carnaval, a maquiagem e a pintura facial são fundamentais. Na maior ópera a céu aberto, a incorporação de personagens dos mais diversos tipos depende essencialmente do uso de pinturas e maquiagens. Pinturas que vão desde as mais simples até aquelas que são bem elaboradas.
A magia do carnaval proporciona uma vasta possibilidade de usos de maquiagens. Poderemos dizer que não se faz carnaval sem maquiagem, seja ela de multi cores, para embelezar, para alegrar ou assustar. A magia das cores nos traz fascínio e torna os rostos um milagre da transformação.
Ramão Edonil Dauinheimer de Carvalho
Ideia original de Gustavo Barros