Império do Sol

 

 
 
 
Enredo: A Carne Mais Barata no Brasil Será Sempre a Carne Negra?
Compositores: Vinicius Brito, Vinícius Maroni, Saimon e Fábio Canalli
Intérprete: Áudio Não Oficial
 
O SANGUE PRETO 
ESCORRENDO NA SARJETA
FOI SUFOCADO ANTES DA EXECUÇÃO  
TEM COR SUSPEITA 
FAZ A SOLA DO COTURNO 
TATUAR NO MEIO-FIO 
O BAFIO DA ESCRAVIDÃO
A MARCA DA ESCRAVIDÃO!
É O MESMO SANGUE 
NA SENZALA AÇOITADO
E TRAFICADO EM TUMBEIROS AO BRASIL
FEZ A FORTUNA DE BARÃO, ESTANCIEIRO
BRANCO CRUEL, “EXPLORA A DOR”
FERIDA ABERTA QUE O SAL NÃO CICATRIZOU 
FERIDA ABERTA QUE O MEU “SOL” ILUMINOU
 
MÃE ÁFRICA, O QUE SERÁ DE NÓS?
QUE SUA MÃO DESATE OS NÓS
AO PULSAR DO MEU TAMBOR
ESCUTE A VOZ DO TERREIRO
NO APELO DESSE MACUMBEIRO
LIBERTE MINHA GENTE, POR FAVOR
(POR FAVOR!)
 
LIBERTE MINHA GENTE DA FAVELA
MINHA PRETA, SALVE ELA! OIÁIÁ!
E ESSA DOR QUE ESPANTO NO PANDEIRO
PRESO EM NOVO CATIVEIRO SEM UM LAR
E RESISTO COM A FORÇA QUE O PRETO ENCARA
É PALMARES, É QUILOMBO, ZUMBI E DANDARA
UM LANCEIRO DE PORONGOS QUE O TEMPO NÃO CALA
NEM VAI CALAR…
MEU CANTO, MINHA PRECE, MEUS TAMBORES, MEU AXÉ!
MINHA FÉ!
QUE ARRASTA NOSSA RAÇA
QUE É GUERREIRA E DIZ NO PÉ
À VITÓRIA DA RALÉ!
 
CANTA, IMPÉRIO DO SOL
A CARNE MAIS BARATA HOJE VAI GRITAR
ALTO FEITO UM BAOBÁ
A MINHA VIDA IMPORTA
NINGUÉM MAIS VAI COMPRAR
(PEÇO AXÉ, SARAVÁ!)