** Por Carolina Rodrigues

Depois de tantas especulações no meio carnavalesco, o que comprova cada vez mais a tradição e a importância que a Imperadores do Samba tem no cenário do carnaval do Rio Grande do Sul, o enredo da escola foi definido. O tema é “Sou Resistência e Não me Kalo: Frida Sou México em Flores, Cores e Amores Diva entre Imperadores”.

Para o carnaval de 2017 a Imperadores vai fazer uma viagem até a América Central mais precisamente o México. O nosso fio condutor será a pintora, grande ativista Frida. Mulher de fibra lutou pelas causas nacionalistas. Ela nos levará a um passeio mostrando um pouco da sua  vida e obra. Logo Frida apresenta os costumes do México. É bom lembrar que Frida é o primeiro enredo de uma figura feminina na história da escola e que pela segunda vez a imperadores falará um sobre o México.

“A Imperadores apostou nessa temática para tentar buscar uma melhor nota no quesito tema enredo, temos certeza que um enredo mais objetivo sem idas e vindas na história nos ajudará muito. Um tema mais limpo de fácil entendimento para os jurados e o público que estarão assistindo o desfile da escola do povo. Os apaixonados pelo mar vermelho e branco irão ver um desfile alegre e colorido”, diz Marcelo Demétrio membro do departamento de carnaval da vermelho e branco.

O enredo foi desenvolvido por Fábio Castilhos que já tem algumas participações em enredos da escola e o jovem Edy Dutra que vem abrilhantar e enriquecer mais o grupo da escola.

Um pouco sobre Frida Kahlo

Entre 1922 e 1925 frequenta a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e assiste a aulas de desenho e modelagem.

Em 1925, aos 18 anos, aprende a técnica da gravura com Fernando Fernandez. Então sofreu um grave acidente. Um bonde, no qual viajava, chocou-se com um trem. O para-choque de um dos veículos perfurou-lhe as costas, causando uma fratura pélvica e hemorragia. Frida ficou muitos meses entre a vida e a morte no hospital, teve que operar diversas partes e reconstruir por inteiro seu corpo, que estava todo perfurado. Tal acidente obrigou-a a usar coletes ortopédicos de diversos materiais, e ela chegou a pintar alguns deles (como o colete de gesso da tela intitulada A Coluna Partida').

Durante a sua longa convalescença, começou a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama.

Em 1928, entrou no Partido comunista mexicano e conheceu o muralista Diego Rivera, com quem se casa no ano seguinte. Sob a influência da obra do marido, adotou o emprego de zonas de cor amplas e simples, num estilo propositadamente reconhecido como ingênuo. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adotava com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México.

Entre 1930 e 1933 passa a maior parte do tempo em Nova Iorque e Detroit, com Rivera. Entre 1937 e 1939, recebeu Leon Trotski em sua casa de Coyoacán.

Em 1938 André Breton qualifica sua obra de surrealista em um ensaio que escreveu para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declarou mais tarde: Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade.

Em 1939 expõe em Paris na galeria Renón et Colle. A partir de 1943 dá aulas na escola La Esmeralda, no D.F. (México). Em 1953 a Galeria de Arte Contemporânea desta mesma cidade organiza uma importante exposição em sua honra. Alguns de seus primeiros trabalhos incluem o Auto-retrato em um vestido de veludo (1926), Retrato de Miguel N. Lira (1927), Retrato de Alicia Galant (1927) e Retrato de minha irmã Cristina (1928).