A Imperadores do Samba apresentou na noite desta Segunda-feira (04) no Bar Opinião, em Porto Alegre, o seu enredo para o Carnaval 2018 na capital.
 
A escola levará pra passarela do samba, no Complexo Cultural do Porto Seco no próximo carnaval o tema "Africanamente" que será desenvolvido pela Comissão de Carnaval da escola, liderada pelo presidente Rodrigo Costa com figurinos de Luciano Maia.
 
AFRICANAMENTE
 
Há um pouco mais de um ano, Imperadores declarou cantar a bravura de uma mulher transgressora e revolucionária. E em tempos de resistência social e política, o Mar Vermelho e Branco se fez Resistência na avenida. O legado que Frida nos deixou propôs uma nova forma de enxergar o carnaval e de mostrar o quanto essa cultura é importante. SOU FRIDA E NÃO ME KAHLO diante da injustiça, da opressão e da perseguição.
 
Hoje, estamos vivendo um processo de busca por nossas raízes para crescermos e lutarmos firmes. Tal qual nossa vida em sociedade, o carnaval vem buscando força. O samba, que já foi criminalizado, ressurge, transcendendo o conceito de identidade sociocultural. Identidade negra, resistente, guerreira. E é através do samba, da força negra, que Imperadores se fará valer de sua magnitude e adentrará a avenida erguendo ainda mais altiva a sua bandeira de resistência.
 
No Carnaval de 2018, Imperadores do Samba convida a cantar a África de cada um de nós e a nossa negritude. Não qualquer África; MAS O NOSSO MODO DE SER ÁFRICA. Celebrar a África é, acima de tudo, um momento de resgate. É uma exaltação à espiritualidade da alma africana, à genialidade da mente africana, à fibra e à beleza do corpo africano, ao sentimento de emoção de ser África.
 
Tentam nos prender em grilhões modernos, mas a nossa força é maior. Tentam cercear nossos direitos, sem saber que quanto mais nos reprimem, mais fortes a gente se torna. Nosso orgulho negro grita ao mundo, desfilando o cabelo black empoderado pela calçada; protagonizando nos palcos, no cinema, na televisão, no telejornalismo, nas passarelas, na política, na ciência, no dia a dia.
 
O carnaval, muito mais do que uma manifestação artística, também é painel para a crítica social. Diante de toda essa onda de repressão que nós, sambistas, estamos sofrendo, nada mais justo e primordial de que a escola de samba, o nosso quilombo urbano, moderno, seja porta-voz em defesa da nossa gente.
 
É para celebrar a nossa negritude que estamos aqui. É para fazer calar àqueles que querem nos oprimir, nos sufocar. Fisicamente, socialmente, institucionalmente. A África da criação do mundo, que inspira genialidade e nosso orgulho interior. A África que vai além do existir, que resiste e reage às ações que nos são impostas. Mostrar o nosso existir e promover as novas atitudes. Meus amigos, façamos da nossa escola de samba a nossa tribuna. O nosso altar público que vai lutar pelo que nós acreditamos. E vamos fazer valer o nosso jeito de ser e existir.
 
IRMÃOS DE PELE E DE ALMA, CONSCIENTES, BUSQUEMOS RESPEITO!
 
E cantemos, em uma só voz, o nosso jeito de ser África!
 
A ÁFRICA DE CADA UM DE NÓS.
 
África na Mente
 
O SANGUE NEGRO QUE CORRE EM NOSSAS VEIAS!
 
Africana Mente
 
O PODER DO NOSSO QUILOMBO URBANO DE IMPERADORES DO SAMBA!
 
AFRICANAMENTE